A adolescência é uma fase cheia de mudanças e desafios, na qual a identidade e a autoestima se consolidam. Costuma haver grande preocupação com a aparência e com o desejo de agradar, o que muitas vezes, leva os adolescentes a se sentirem inseguros com a própria imagem corporal.
As redes sociais, tão importantes para eles, cultuam uma aparência cada vez mais irreal e cheia de filtros. Isso leva muitos jovens a temerem a realidade, entrando em uma espiral de sofrimento diante de um padrão de perfeição inalcançável e irrealista. Incomodados diante do espelho, começam a encontrar defeitos que, na maior parte das vezes, sequer existem.
Essa insegurança com a aparência leva muitos a se “esconderem” embaixo de roupas largas, bonés, excesso de maquiagem, entre outros. E, em casos mais sérios, podem até levá-los a abandonar as atividades sociais, faltar à escola, evitar relacionamentos etc.
Essa distorção da autoimagem pode induzir, inclusive, distúrbios emocionais mais sérios, como transtornos de ansiedade, depressão, anorexia, entre outros.
Hoje os jovens defendem – muito corretamente – a importância de aceitar o outro como ele é. O que falta, para muitos deles, é aplicar esse mesmo pensamento a si próprios. Boas conversas, francas e abertas, que enfatizem outros tipos de beleza e reconheçam o valor de suas capacidades e conquistas, podem ajudar muito a nutrir a autoestima deles.
A psicoterapia também é uma aliada neste sentido. Ela ajuda a revisitar crenças e trabalhar o autocuidado, permitindo que o jovem descubra sua própria beleza, sem precisar se encaixar a todo custo neste ou naquele padrão.
Ao focar em sua própria vida – aceitando seu corpo e sua forma de ser – é possível para o jovem passar a lidar de forma mais confiante com os desafios, sentindo-se livre da escravidão da aparência e encontrando beleza muito além dos filtros.