É muito comum observarmos as semelhanças e diferenças entre nós e as outras pessoas. Isso
pode ser positivo, em vários aspectos: fazer comparações é uma forma de se autoconhecer e
até mesmo de se inspirar em modelos que admiramos.
Porém, quando essa comparação é excessiva, as consequências podem ser muito prejudiciais.
Fazer comparações focando-se somente nas vantagens do outro – que é mais bonito, mais
talentoso, mais alegre, mais bem casado, mais rico etc. – é colocar-se em uma posição de
permanente desvantagem e desapreço.
Quem tem o hábito de fazer comparações excessivas tende a se nivelar por baixo e nutrir um
sentimento de inadequação, insegurança e até de ser injustiçado pela vida. Esse é um
comportamento que fere a autoestima, gerando infelicidade e até podendo provocar quadros
depressivos ou ansiosos.
Procurar na vida do outro o que está faltando na sua é, de alguma forma, acreditar somente
no que as pessoas e acontecimentos parecem ser; é olhar para a superfície, vendo apenas os
melhores aspectos da vida do outro, como se nela não existissem problemas, dúvidas ou
fracassos.
Vivemos em um mundo competitivo, em que as pessoas, sedentas por atenção, muitas vezes
tentam agradar, ou parecer especiais, mais aos outros do que a si próprias. Não enxergar isso
significa permitir que sentimentos como a inveja, tristeza, raiva e frustração, tomem conta das
suas emoções e corroam sua autoestima.
A psicoterapia pode ser muito proveitosa para ajudar a pessoa a olhar mais para si,
reconhecendo e valorizando suas qualidades, talentos e méritos.
Observar a vida dos outros é, sim, natural e pode ampliar nossa visão de mundo, mas devemos
ter a consciência de seguir trilhando nossos próprios caminhos, sabendo que cada pessoa é
única e especial, ao seu modo. A comparação com o outro pode acontecer, mas jamais
ignorando a individualidade ou colocando à prova a essência e o valor de cada um.