As relações humanas são a base para o nosso desenvolvimento e acontecem o tempo todo, seja no âmbito familiar, conjugal, entre amigos e no cenário profissional. A proximidade com outras pessoas é muito positiva, pois nos oferece a oportunidade de crescimento e de evolução.
Contudo, essa forte ligação com as outras pessoas, não pode levar à perda do nosso espaço pessoal. Cada pessoa é única, com suas particularidades e necessidades – e cada um de nós precisa deste espaço.
Essa individualidade envolve as características, habilidades, gosto e hábitos de cada um. É o conjunto de traços e qualidades que fazem de cada pessoa um ser único.
Porém, há pessoas que agem como se o único espaço importante fosse o delas próprias, tornando-se egocêntricas e indiferentes ao outro. Nessas pessoas, o traço predominante passa a ser o individualismo, não mais a individualidade.
O individualismo é uma característica típica de quem pensa somente em si, mostrando pouca capacidade de sentir empatia ou se solidarizar com as necessidades do outro – a menos que colham benefícios diretos ou recebam algo em troca. Elas supervalorizam sua própria individualidade, mas não mostram abertura para ouvir e acolher as particularidades e individualidades do outro.
Sem dúvida, é muito importante valorizar quem somos, mas isso jamais deve acontecer às custas das nossas relações com as outras pessoas. Respeitar a individualidade expande nossa capacidade de melhorar a nós e ao mundo que nos rodeia, enquanto blindar-se no individualismo é fechar-se em si mesmo – o que, muitas vezes, significa plantar a própria solidão.
A psicoterapia pode ajudar neste processo de valorizar as próprias necessidades e individualidade, mas sem excessos, respeitando o fato de sermos seres sociais e compreendendo que acolher as necessidades dos outros não significa anular as nossas.