O perfeccionismo é uma característica que costuma ser interpretada de formas muito diferentes, dependendo do ângulo pela qual é vista. Para o perfeccionista, ela é uma virtude; mas, para os que convivem com ele, pode ser um defeito difícil de contornar.
O perfeccionista é uma pessoa que estabelece ambições muito elevadas em diversos campos da vida, seja profissional, afetiva ou familiar, nas grandes ou nas pequenas coisas.
A busca pelos melhores resultados, quando bem dosada, sem dúvida favorece nosso amadurecimento e nossa evolução. O problema é o exagero: quando a busca se torna uma obsessão, desmedida e irracional.
Muitas vezes a tal perfeição nem sequer existe: é apenas um critério estabelecido por quem a concebeu, na ânsia de realizar algo extraordinário. Isso, porém, pode ir contra o fluxo natural das coisas, tornando o objetivo inalcançável e, quase sempre, pouco inteligente.
O objetivo e o foco no resultado final, sem que haja flexibilidade, fazem do perfeccionista um escravo da própria exigência. Com natureza rigorosa, controladora e exigente, quase nunca fica satisfeito com o que realiza, já que encontra falhas e defeitos em cada mínimo detalhe, mesmo quando eles não representam um problema em si.
Além de exigir demais de si mesmo, o perfeccionista também tem enorme dificuldade em delegar tarefas, por acreditar que ninguém é capaz de executá-las à altura da sua expectativa. Isso acaba sobrecarregando-o, atrasando seu progresso e causando bastante descontentamento nas pessoas ao seu redor.
A Psicologia pode ajudar a romper esse padrão, estimulando o autoconhecimento e facilitando a aceitação de si próprio e dos outros, com suas pequenas doses de imperfeição. Isso passa por entender que, na maioria das vezes, algo bem feito hoje pode ser melhor que uma eterna – mas frustrada e inalcançável – promessa de perfeição.