A afetividade e o senso de segurança são fundamentais na construção da personalidade humana. Na verdade, podemos até dizer que somos biologicamente “programados” para sermos cuidados, quando pequenos. Cães, felinos, primatas, entre outros mamíferos, cuidam de seus filhotes.
No caso dos humanos, esse cuidado deve ocorrer desde o nascimento, quando os pais ou responsáveis assumem o dever de cuidar, proteger e educar a criança, tornando-a segura, autônoma e feliz.
Porém, para a criança que vivencia o abandono afetivo, a sensação de vulnerabilidade e desimportância podem afetar significativamente seu desenvolvimento psicológico, sua capacidade de confiar nas pessoas e estabelecer relações interpessoais e sociais saudáveis.
Crianças que não receberam atenção e amor podem desenvolver comportamentos disfuncionais de apego, dependência e baixa autoestima. Esses vazios emocionais podem influenciar comportamentos, pensamentos e a capacidade de lidar com emoções e situações desafiadoras, mesmo já na vida adulta.
A psicoterapia é uma aliada poderosa para aqueles que enfrentaram o abandono afetivo, seja na infância ou nas complexas ramificações da vida adulta. Ao explorar essas feridas emocionais, a terapia oferece um espaço de acolhimento, compreensão e ressignificação do passado, promovendo o desenvolvimento de laços emocionais mais saudáveis.
A psicoterapia ajuda a pessoa a reconstruir sua autonomia, autoimagem, restaurar a confiança nas pessoas em si, para poder cultivar relacionamentos mais significativos. É um caminho de coragem, para ressignificar as dores do abandono emocional, para vivenciar uma vida mais plena.
Isso inclui evitar, na vida adulta, a reprodução dos mesmos padrões que geraram feridas emocionais na infância, e evitar que perpetuem, por gerações, faltas que não precisam existir.