É natural que durante qualquer processo de separação conjugal as partes estejam bastante tristes e vulneráveis. O caminho que levou a esta decisão muitas vezes não foi simples – e é possível existir um quadro de dor e mágoa. Neste momento difícil, tudo o que se espera é receber o apoio dos familiares. Infelizmente, porém, nem sempre é isso que acontece.
Cada família tem suas histórias, valores, visões e crenças, e é com base nelas que fazem sua interpretação sobre o final de uma relação. Com suas fronteiras delimitadas, muitas vezes os familiares manifestam suas opiniões e julgamentos de modo bastante endurecido, criando distâncias em um momento em que deveriam criar proximidade e acolhimento.
O problema se agrava quando a pessoa julgada modifica seu comportamento, agindo – ou deixando de agir – contra sua vontade, por força da opinião recebida. Isso só aumenta o sofrimento, podendo gerar quadros de insegurança, baixa autoestima, sensação de fracasso, ansiedade e até depressão.
Separar-se não é fácil para ninguém. Pessoas que se separam precisam retomar o fôlego e a vida. Elas precisam de validação dos seus familiares, para que possam superar a dor da separação e se sentir livres para, no seu tempo, seguir adiante.
Quando isso não acontece, precisam aprender a confiar mais em suas decisões e dar menos importância às opiniões alheias. Pode parecer fácil, mas requer esforço e prática diários.
A psicoterapia é bastante acolhedora nestes momentos, em que pode ser necessário “desconstruir” internamente algumas crenças e comportamentos, auxiliando na expressão de sua decisão, bem como das escolhas feitas.
A separação mal conduzida de um casal pode afetar também suas relações com seus familiares. É preciso saber reforçar os ganhos de sua decisão, acolher internamente sua escolha e delimitar os limites para a interferência alheia. Desta forma, a opinião dos outros poderá ser ouvida como o que de fato é: somente uma opinião, que pode ser ouvida, mas não deve ter força para causar efeitos nocivos em você.
